Com a Evolução Surge o Reino Animal: No Princípio #Gênesis 5º Dia



E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. 21 E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. 22 E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. 23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto. (Gênesis, 1: 20 a 23)


E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

Depreendemos que nos vers. 11 e 12 surge a vida biológica a partir da expressão e a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie tudo isso dentro do andamento natural da evolução. Porém é no versículo 20 que há surgimento das primeiras movimentações no reino animal após toda a preparação inicial para que fossem recebidas as espécies que já estavam programadas para vir no momento oportuno.

O processo acontecia de baixo para cima. Primeiro a oportunidade de se dotar o psiquismo em evolução da instrumentalidade para que ele possa se desenvolver.

O elemento deveria se projetar no habitat em que estava vinculado.

Tudo isso a partir da água: Água abundantemente produzindo vida…

A água é fonte de vida, mesmo no período atual viemos da água, nosso organismo em quase totalidade é água, o líquido amniótico é o nosso primeiro berço. Temos nela o símbolo da reencarnação, e através desta o aperfeiçoamento.

Sobre este princípio de vida em nosso orbe deixamos novamente a palavra com Emmanuel:


Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo

dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.

Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada.

Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens.1


Tudo acontecia na Terra sob a orientações dos técnicos espirituais, os Espíritos que ajudavam Jesus na elaboração da formas, todos seguindo rigorosamente o projeto traçado pelo próprio Cristo.

E Emmanuel continua nos esclarecendo:


Sob a orientação misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembleias de operários espirituais.

Como a engenharia moderna, que constrói um edifício prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando, nos dias primevos, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros.

O ideal da beleza foi a sua preocupação dos primeiros momentos, no que se referia às edificações celulares das origens.

É por isso que, em todos os tempos, a beleza, junto à ordem, constituiu um dos traços indeléveis de toda a criação.

As formas de todos os reinos da natureza terrestre foram estudadas e previstas. Os fluidos da vida foram manipulados de modo a se adaptarem às condições físicas do planeta, encenando-se as construções celulares segundo as possibilidades do ambiente terrestre, tudo obedecendo a um plano preestabelecido pela misericordiosa sabedoria do Cristo, consideradas as leis do princípio e do desenvolvimento geral.

(…) Decorrido muito tempo, eis que as amebas primitivas se associam para a vida celular em comum, formando-se as colônias de infusórios, de polipeiros, em obediência aos planos da construção definitiva do porvir, emanados do mundo espiritual onde todo o progresso da Terra tem a sua gênese.

Os reinos vegetal e animal parecem confundidos nas profundidades oceânicas. Não existem formas definidas nem expressão individual nessas sociedades de infusórios; mas, desses conjuntos singulares, formam-se ensaios de vida que já apresentam caracteres e rudimentos dos organismos superiores.

Milhares de anos foram precisos aos operários de Jesus, nos serviços da elaboração paciente das formas.

A princípio, coordenam os elementos da nutrição e da conservação da existência. O coração e os brônquios são conquistados e, após eles, formam-se os pródromos celulares do sistema nervoso e dos órgãos da procriação, que se aperfeiçoam, definindo-se nos seres.

(…) Os primeiros crustáceos terrestres são um prolongamento dos crustáceos marinhos. Seguindo-lhes as pegadas, aparecem os batráquios, que trocam as águas pelas regiões lodosas e firmes.

Nessa fase evolutiva do planeta, todo o globo se veste de vegetação luxuriante, prodigiosa, de cujas florestas opulentas e desmesuradas as minas carboníferas dos tempos modernos são os petrificados vestígios.

Nessa altura, os artistas da criação inauguram novos períodos evolutivos, no plano das formas.

A Natureza torna-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas.

Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que estudam a combinação das substâncias, na retorta de acuradas observações, analisavam, igualmente, a combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, executando, com as suas experiências, uma justa aferição de valores, prevendo todas as possibilidades e necessidades do porvir.

Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se dificuldades e realizaram-se novas conquistas. A máquina celular foi aperfeiçoada, no limite do possível, em face das leis físicas do globo. Os tipos adequados à Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza, eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos, do laboratório de suas perseverantes experiências. A prova da intervenção das forças espirituais, nesse vasto campo de operações, é que, enquanto o escorpião, gêmeo dos crustáceos marinhos, conserva até hoje, de modo geral, a forma primitiva, os animais monstruosos das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as interessantes reminiscências de suas formas atormentadas.2


Através destes esclarecimentos de Emmanuel e também das orientações de Kardec percebemos a grandeza da inspiração dos redatores bíblicos. Não foi por outro motivo que o Codificador anota:


dever-se-á daí concluir que a Bíblia é um erro? Não; a conclusão a tirar-se é que os homens se equivocaram ao interpretá-la.3

Não rejeitemos, pois, a Gênese bíblica; ao contrário, estudemo-la, como se estuda a história da infância dos povos.

Trata-se de uma época rica de alegorias, cujo sentido oculto se deve pesquisar; que se devem comentar e explicar com o auxílio das luzes da razão e da Ciência.4


Percebemos assim todo o encaminhamento da evolução. Espírito e matéria estão sempre vinculados na realização dos desígnios superiores, todos os modelos existentes na Terra foram selecionados por Jesus.

Répteis e aves são também expressões que presentes em nosso psiquismo nos ajudam a compreender nossas próprias conquistas.

A água nos sugere vinculação, através do réptil a liberdade [o réptil sai da água para a terra], a ave voa representando a desvinculação das faixas físicas… através do mamífero o ciclo continua no retorno à terra para a continuidade do processo evolutivo.

A sequência se dá assim:


Réptil - ave - mamífero.


Avançando pelos equinodermos e crustáceos, entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular e o sistema nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos.5


E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.

E Deus os abençoou, dizendo…; a bênção de Deus representa a homologação da consciência, nós a sentimos quando concluímos que estamos ajustados ao projeto do Criador no encaminhamento da evolução. É a paz da consciência tranquila, o descanso natural daquele que trabalhou com amor.

É importante compreendermos que os sete dias (ciclos) da criação se acham presentes em cada dia, como também em cada evento realizado. A bênção de Deus se dá na conclusão da sétima etapa, é quando encerramos um determinado processo e nos preparamos para outro.

E isto é também imprescindível que compreendamos, que após a conclusão de um evento a vida sempre nos apresentará outro iniciando uma nova laçada da espiral evolutiva, faz parte do dinamismo universal.

Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares. Temos aqui a continuidade do processo definindo a necessidade de em todas as faixas da criação serem perpetuados os valores positivos. É ao mesmo tempo o dever de multiplicação do bem através do campo operacional - produza a terra… - e através deste a fixação das conquistas.

A criação divina é extremamente dinâmica, não há estagnação, se obedecermos aos Desígnios do Alto estaremos sempre atuando na faixa do Bem, quando há estacionamento, o que entendemos como perda de oportunidade de realizar o Bem, é por conta do Espírito; a Lei é frutificai e multiplicai-vos…

Água simboliza vida, mesmo após o que entendemos como morte, em todos os planos da evolução há vida, renascimento. A semente representa perpetuidade, mas para que o ciclo jamais se interrompa ela tem de morrer, se assim não for não há frutos e novamente semente.

Encher as águas nos mares significa assim, nossa capacidade de colaborar com todo este processo que jamais se extingue. Independente de nossa posição assim se dará; porém, se quisermos participar desta produção de benefícios ajustados ao Projeto Divino temos de estar sempre dispostos a atuar nas faixas construtivas da virtude seja pelo campo mental do qual nos dão notícias as aves pela capacidade de voar acima da terra, ou mesmo pelo campo operacional representado pela própria terra significando as vinculações necessárias à efetivação deste processo.



1 (XAVIER F. C. / Emmanuel (Espírito), 1980), cap. I

2 (XAVIER F. C. / Emmanuel (Espírito), 1980), cap. 2

3 (KARDEC, 1980), questão 59

4 KARDEC, Allan. A Gênese, 26a Ed., RJ, FEB, 1984

5 (XAVIER F. C. / Waldo Vieira / André Luiz (Espírito), 1993), cap. 3


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